Ao analisarmos a arte através da História, percebemos o quanto ainda hoje, no século XXI, temos profunda influência das grandes criações artísticas da Antiguidade Clássica, mais precisamente da arte Grega.
Ao contrário dos egípcios, para os quais a arte era um instrumento a serviço da religião e as mudanças artísticas não eram bem vindas, visto que sua forma de representação artística ficou praticamente imutável durante 3000, os gregos fizeram de sua arte um motivo de júbilo à vida presente, uma arte ligada à vida e a inteligência, cujas descobertas e avanços técnicos relacionados à arte eram bem vindos e estudados pelos artistas a fins de supera-los e aprimora-los, fazendo com que cada vez mais se superassem na representação humana. Infelizmente a maioria das esculturas originais gregas , não chegou até nossos dias, pois com a vitória do cristianismo, era considerado piedoso destruir as estátuas que representavam deuses pagãos. Hoje vemos cópias que artistas romanos confeccionavam para fins de venderem como souvenir ou decoração de jardins e banhos públicos.
As primeiras esculturas, do período arcaico, chamadas de Koiros (homem jovem) e Koiras (mulher jovem) eram sem movimento, a não ser pelas pernas que estão uma na frente da outra. Se tratavam de esculturas simétricas, dispostas em posição frontal cujo peso é distribuído igualmente nas duas pernas. Neste período as mulheres eram representadas somente vestidas e os homens nús.
Doríforo, o condutor de lança - Policleto
O artista grego baseou-se na natureza para desenvolver sua sua arte. A cada conquista, uma nova descoberta estaria por vir pois não obedeciam a reis ou a sacerdotes, sendo livres para criarem, e a cada grande obra feita, outro artista iria acrescentar algo em uma próxima, melhorando o aspecto, apurando a forma.
Assim em poucos anos a arte grega chegou a um novo momento, o Período Clássico, onde a escultura ganhou movimento e definição igual ou melhor do que a imagem do próprio homem. A representação das esculturas cada vez mais tornam-se perfeitas, e com a beleza idealizada em favor da perfeição , as obras cada vez mais assemelham-se à perfeição.
Policleto autor entre outras esculturas de o Doríforo, foi de grande importância no desenvolvimento escultórico de figuras masculinas durante alguns séculos, pois seu condutor de lança foi considerado o modelo ideal de beleza, onde o artista a aplicou sua teoria de composição baseada em uma divisão de proporção para a figura humana de sete cabeças e meia de altura. O resultado foi uma das peças mais equilibradas da história da arte.
Hermes Segurando Dionísio - Praxíteles, por volta de 360 aC
Cópia romana da Vênus de Cnido de Praxíteles
O grande mestre Praxíteles acentuou em suas peças o movimento, caracterizado por um "S" conferindo em suas obras movimento e harmonia à composição. Porém o seu maio feito foi a criação da primeira escultura feminina nua, até então confeccionadas somente vestidas.
A Vênus de Cnido de Praxíteles, foi uma das obras mais cobiçadas na antiguidade. Na cidade de Cnido onde foi instalada de modo que o observador a visse de todo os ângulos, e houve uma verdadeira invasão de visitantes querendo conhecer a estátua da deusa nua, mais tarde conhecida as cópias como Vênus pudicas, com ligeiras mudanças na composição, menos na mão direita que esconde que esconde suas genitais.
O escultor mais famoso deste período é Fídias, que decorou o Partenon com as mais belas obras do Mundo Antigo. Infelizmente após a vitória do cristianismo, suas obras foram dizimadas, pois acreditava-se que exerciam influência sobre quem as contemplassem. Estavam certos, pois a beleza de suas obras era de tamanha grandiosidade, que acreditavam que a escultura Atena de Partemos, tinha poderes miraculosos. Hoje tudo que temos é uma cópia romana fora da escala da original, que nos dá uma remota idéia de sua beleza.
Laocoonte e Seus Filhos - Escola de Rodes, 42/20 aC
O Grupo Laocoonte ou Laocoonte e seus filhos é atribuída a tres escultores da ilha de Rodes, demonstra o apogeu do Período Helênico da escultura grega , onde passaram a ser representadas em grupos de figuras e não somente uma, como no Período Clássico e Arcaico. Com o passar dos anos esta obra ficou perdida, soterrada e somente no Renascimento é que foi redescoberta causando uma grande sensação em Roma e depois pela Europa.
Cerâmica grega - por volta de 530 aC
A pintura grega é representada nas peças de cerâmica, onde uma influência da arte egípcia pode ser notada em várias obras, com figuras rigorosamente mostradas de perfil, porém com algumas mudanças, ficando claro a busca do artista por maior realidade na representação. Foi o início de uma busca técnica que alcançaria resultados surpreendentes no futuro.
Os pintores começaram a dar mais atenção ao que viam, do modo como viam, passando aos poucos a mudanças que acarretariam grande inovação nas representações artísticas: o escorço (desenho ou pintura em perspectiva, mostrando o corpo ou partes dele do mesmo modo como podemos visualiza-lo só que em escala menor ou maior).
A descoberta não fez os artistas gregos esquecerem as técnicas egípcias, mas continuaram na sua busca a uma expressão cada vez mais perfeita.
Partenon de Atenas - 472 aC - Grécia
Cópia americana do Partenon - século XX
Os gregos utilizaram as tres ordens de colunas em suas construções: a dórica, a mais simples e robusta, relacionada com o masculino. A Jônica, com seu fuste mais fino, graciosa e feminina, com volutas no capitel, e a Coríntia, a mais complexa das tres, sugerindo poder e ostentação, cujo capitel simétrico é decorado com folhas de acanto, planta originária da Grécia.
Partenon de Atenas - 472 aC - Grécia
A arquitetura grega sobressaiu-se nas construções de próprios públicos e templos, sendo o Partenon talvez o maior em termos de construção e realização artística, uma vez que o encarregado pelas esculturas foi Fídias, considerado o maior escultor da antiguidade clássica. O pouco que resta de suas obras, nos dá idéia do poder do mestre em relação as criações tridimensionais, baixos e altos relevos.
Após a vitória dos atenienses em expulsar os a invasão dos persas, Péricles , estrategista e político grego, encarregou o maior escultor da antiguidade clássica, Fídias, de executar as esculturas que iriam decorar o grande templo Partenon, além da grande escultura de Atena Pártenos, de 11 metros de altura , construída de madeira toda recoberta de materiais preciosos, como ouro, pedras preciosas e marfim.
Os templos gregos eram simétricos, de proporções matemáticas precisas e construídos com uma pedra das mais utilizadas na Antiguidade Clássica, o mármore.
Os gregos utilizaram as tres ordens de colunas em suas construções: a dórica, a mais simples e robusta, relacionada com o masculino. A Jônica, com seu fuste mais fino, graciosa e feminina, com volutas no capitel, e a Coríntia, a mais complexa das tres, sugerindo poder e ostentação, cujo capitel simétrico é decorado com folhas de acanto, planta originária da Grécia.